Compro revistinhas da Turma da Mônica até hoje. Leio sempre, meus pais e irmã também. Minha mãe colecionava quando era nova, eu também coleciono e assim vai. Então, não preciso nem dizer como fiquei feliz quando soube que Turma da Mônica: Laços seria a segunda publicação do projeto Graphic MSP.
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Quando a vi pela primeira vez na loja, hesitei em virar as páginas por alguns instantes, afinal, tenho grudada em minha cabeça a imagem de cada personagem criada pelo Maurício de Souza. Mas a hesitação logo foi embora quando percebi a impressão em papel couché e o formato 17X26cm em capa dura, que é bem diferente das revistinhas convencionais da Turma.
Comprei e li os quadrinhos como se não houvesse amanhã, me emocionei, ri e me deixei levar por toda a atmosfera infantil, com a história contada pela visão de uma criança e pelos perigos que hoje parecem bobos para nós.
Para quem é fã da Turma da Mônica, ler Laços é como encontrar uma revistinha que estava guardada há 20 anos entre brinquedos, discos, álbuns e tantas outras coisas que tem o poder de nos transportar imediatamente para a infância. Naquele tempo, ler essa revistinha foi divertido, mas hoje tem valor sentimental e emocional.
Segundo álbum do selo Graphic MSP, antecedido por Astronauta: Magnetar, Turma da Mônica: Laços, feita pelos irmãos Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, é bem bonita do começo ao fim. A trama traz à tona a união que existe entre as crianças do Bairro do Limoeiro em mais um dos planos infalíveis do Cebolinha: encontrar o Floquinho no meio de todas as confusões, brigas, gargalhadas e bofetões.
Mesmo assim, existe uma amizade que prevalece tão forte como todas as coelhadas dadas por uma Mônica de pernas roliças, sapatos e cara de enfezada.
Cada personagem teve suas características principais evidenciadas e representadas de uma forma engraçada e natural, o que deixa tudo muito suave. Não consegui parar de reparar em todos os detalhes, nas expressões, na sutileza em que as demonstrações de amizade verdadeira e companheirismo se dão e no esmero com que cada personagem foi remodelado.
Também percebi detalhes incríveis, como os brinquedos do Cebolinha, um disco do Roberto Carlos e tantas outras coisas referentes aos anos 80, que me fizeram voltar ao sobrado que morei quando criança.
O Maurício de Souza perguntou aos irmãos se eles passaram muito tempo estudando para conseguirem inserir elementos tão únicos e fiéis à história. Eles responderam que não. Não precisaram estudar, só precisaram sentar e lembrar das histórias.
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E é bem isso; a maioria de nós leu a Turma da Mônica quando era pequeno. Isso nos torna próximos de Laços, familiarizados. A essência da Turma foi mantida, com muitas referências às historinhas originais e uma aventura que prende, emociona e faz rir. Foi muito gostoso e engraçado quando percebi que ali estavam os mesmos personagens que conheci na infância, mas que agora me contavam algo novo, fazendo a afinidade crescer ainda mais.
O que me fez ficar realmente abraçada à HQ durante todo o percurso que o ônibus fez foi como a Lu Cafaggi desenhou as crianças da Turma quando eram bebês. As cores mais calmas e a delicadeza nos traços eram quase como um sonho rabiscado. Achei sensacional como tudo se amarra e como toda a arte muito bem feita me fez voltar várias páginas só para olhar mais uma vez e guardar na lembrança a carinha de cada um, como se fossem irmãos mais novos nas fotos de um álbum.
A beleza com que os irmãos Cafaggi representaram os laços que se formaram, tornaram Laços uma das coisas que mais gostei de ler neste ano.
Com 82 páginas, é vendida em duas versões: capa dura e capa cartonada (a capa dura agrega muito valor, vale a pena). O único probleminha é, na verdade, encontrar qualquer das versões, já que tá tudo esgotado nas lojas.
A MSP também já adiantou que, em setembro, teremos um novo álbum: Chico Bento: Pavor Espaciar, de Gustavo Duarte.
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Estou aguardando ansiosamente, “afinar“ o Chico Bento é o meu preferido.